Contamination of Health Care Personnel During Removal of Personal Protective Equipment. JAMA Internal Medicine.2015. 175 (12) 1904-1910
É cada vez mais evidente que há contaminação da pele e vestuário dos profissionais de saúde durante a remoção dos EPI e que isto contribui para a disseminação de agentes patogénicos pondo em risco a segurança dos profissionais. Isto tornou-se claro durante a última epidemia de Ebola.
Para estudar a frequência de contaminação e os locais mais atingidos e avaliar o efeito de uma intervenção sobre essa frequência, foi realizado um estudo de prevalência e uma intervenção quasi-experimental com uma amostra de conveniência.
· Foram realizadas simulações de remoção de EPI contaminados usando uma loção fluorescente.
· Seguiu-se uma intervenção num dos hospitais, baseada na formação teórica (video de 10 minutos) e demonstrações e prática (20 minutos) com informação de retorno (feedback) imediata através da visualização da loção fluorescente nos locais contaminados da pele e vestuário.
Das 435 simulações de remoção de luvas e de batas verificou-se haver contaminação em 46% das situações sendo mais frequente na remoção de luvas em relação à remoção de batas. Os locais de maior contaminação foram as mãos (na remoção de luvas) e o pescoço (na remoção de batas). As contaminações foram mais frequentes quando havia falhas na técnica mas também ocorreram quando não houve falhas técnicas visíveis.
Com a intervenção foi possível obter uma redução significativa (60,0% antes e 18, 9% depois da intervenção) e esta redução mantinha-se ao fim de 3 meses.
Neste estudo o que ressalta, para além da frequência da contaminação, é a eficácia da formação de 30 minutos com ênfase na componente prática. Trata-se de uma formação de baixo custo e devido à curta duração, replicável nos locais de trabalho.
Nunca será demais apontar para a importância da higiene das mãos após a remoção dos EPI e, mais especificamente, das luvas.
Comentado por: Elaine Pina
3 de março 2016